quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Coisas de mãe...

Ontem foi o primeiro dia de aula do Gabriel na escola nova. Não... ele não está na primeira série, e sim no 6º ano. Mas eu me comportei como se ele estivesse entrando na escola agora. Fiquei ansiosa durante toda a manhã, e quando cheguei na porta da escola meu coração estava mais apertado que passageiros do metrô às 8h da manhã. Deixei ele lá, mas tive vontade de pedir prá entrar junto. Pode???
Passei a tarde toda com frio na barriga, ansiosa, com muito medo. Tinha medo qe ele não conseguisse se relacionar, de ficar sozinho, de sentir medo... Ai... ai... coisas de mãe mesmo.
Enfim... fui buscá-lo e ele estava bem. Gostou da escola e disse que se saiu muito bem em seu primeiro dia. Ufa!!

O pior de tudo é que sou educadora há 14 anos, e já recebi mitos alunos na porta da escola. O que será que eu fiz com aquele discurso "Pode ficar tranquila, mamãe, ele ficará bem"???

domingo, 25 de janeiro de 2009

DEUS

ESTE TEXTO ESCREVI PARA O MEU PAI EM UM MOMENTO MUITO DIFÍCIL QUE ENFRENTAMOS.

Existem pessoas que gostamos. Não sabemos o porquê, também não questionamos. Gostamos e pronto. Muitas delas não apresentam motivos aparentes, talvez sejam pessoas com mais defeitos que qualidades. Porém, gostamos. Não usamos a racionalidade neste caso. Aceitamos essas pessoas e fim. Por mais que elas pisem na bola de vez em quando, continuamos gostando.
Por que com Deus deve ser diferente? Por que você resiste tanto em aceitar que Deus age em nossas vidas e vive tentando usar a racionalidade para entendê-lo? Se Ele quisesse nos dar respostas, faria uma coletiva no Maracanã e esclareceria todas as dúvidas.
A certeza de Sua existência e de sua misericórdia é algo pessoal, intransferível e impossível de ser transmitida. Vem de dentro, do coração, da alma. Então, não posso pedir que, de uma hora para a outra você passe a ter essa certeza, que eu tenho!
Mas posso pedir que pelo menos tente aceitá-lo e pedir a sua ajuda. Acredito que Deus nos proporciona momentos e situações boas e más com propósitos. Acredito também que passamos por situações difíceis para experimentarmos o milagre.
Sei que falando desse jeito fico parecendo uma beata, mas o que quero dizer é que tudo fica mais fácil quando cremos. Quando saí do colégio, por exemplo, poderia entrar em desespero, pois o salário faria muita falta e não sabia até quando ficaria desempregada. Mas em nenhum momento eu fiquei, e sabe por quê? Por que tinha a certeza que mencionei antes! Sabia que Deus estava no comando da situação, e qualquer coisa que viesse a acontecer, boa ou ruim, seria por Sua vontade, com propósitos para a minha vida. Só pedia, a todo o momento, que Ele me desse força e coragem para enfrentar as situações que viriam.
Peça a Sua ajuda... experimente a sensação de ter a Sua companhia. Faça esta força e você vai ver que vale a pena. Eu também já duvidei muito, mas hoje tenho a certeza de sua misericórdia. Quero que você tenha essa certeza também, um dia. Converse com Deus sem questioná-lo, sem testá-lo. Somente declarando que aceita sua companhia, que aceita que Ele comande a sua vida, e não outras criaturas que podem estar usando você para o mal. Deixe que Ele esteja no comando, e você vai ver como será bom.
Te amo muito!!! Conte sempre comigo (e com Deus, acima de tudo).

Resposta do meu pai:

Oi Nanico!A postagem que estou fazendo, agora, no blog, é mais um indicativo do quanto acredito num Deus, na sua capacidade, no seu poder.Eu o aceito, até, porque é impossível rejeitá-lo e, tentar isso, é uma enorme burrice de tão evidente a sua existência.Se o questiono, é porque ele me fez assim. Já disse inúmeras vezes que não faço issos porque quero e, sim, porque não consigo deixar de fazê-lo. Se não consigo é porque ele não quer que eu deixe de questioná-lo. Não faço a menor idéia do porquê, mas acho que é assim.Acredito que ele me colocou nessa situação e que tenha motivos pra isso. Não acho justo pedir-lhe que volte atrás e desista do que me determinou. Acho que isso é a maior prova de quanto o aceito.Se ele quizesse que conhecêssemos seus segredos, não nos colocaria no maracanã, mas nos equiparia com esse conhecimento. É preciso respeitar o quanto ele é mais capaz que nós, suas determinações, aceitando-as. Não fazemos isso porque queremos e, sim, porque ele o quer.Beijos

NOVO???

Acredito que tudo que é abordado hoje em dia, já foi falado por outro. O que temos, não são coisas novas, e sim releituras de coisas antigas. Para quem está fazendo a releitura, pode parecer que está falando de algo novo. Porém, trata-se apenas de uma nova forma de ver algo já existente.
Entretanto, para fazer essa releitura, é preciso conhecer o que já existe. E para conhecer, é preciso reconhecer que desconhece. Parece óbvio, mas se analisarmos a fundo veremos que não.
Se, acreditando que tudo está imutável, que não é possível recriar em cima do que já existe, não saímos do lugar. É preciso reconhecer que é possível recriar, reler, refazer, reinventar. Só assim saímos do lugar comum e partimos para um nível superior do conhecimento.

EDUCAÇÃO


Além da atenção exagerada que recebem os métodos e teorias educacionais, sem que as necessidades dos alunos sejam atendidas, percebe-se pouca preocupação com o que será priorizado no processo ensino-aprendizagem. Os conteúdos são padronizados pelo governo e não há diferença entre o que será “ensinado” aos alunos da escola urbana, da escola rural, da escola indígena... Se pensarmos apenas nas escolas urbanas, já teríamos diferenças absurdas, que não são levadas em consideração ao estabelecer quais conteúdos serão abordados. Então, percebemos uma somatória de erros: metodologias interpretadas de forma incorreta por parte dos professores e equipe escolar, conteúdos inadequados, sem contexto e muitas vezes fora da realidade dos alunos, ênfase na elaboração de teorias e métodos, e pouco investimento em tempo na análise das condições e desenvolvimento dos alunos. Com tantos erros, é óbvio que o sistema apresenta falhas, e os prejuízos aos alunos são incontáveis.

Se priorizar quais conteúdos serão ensinados é importante, mostrar ao aluno como ele pode utilizar tais conhecimentos e de que maneira pode ser um gerente das informações adquiridas, é muito mais importante. A maioria dos alunos não é capaz de relacionar um conteúdo aprendido na escola a um fato da realidade. Com toda certeza, isso não se deve simplesmente à falta de habilidade do aluno, mas a grande parcela de culpa é da escola, que trata os conteúdos como assuntos alheios à realidade. É claro que nem todos os conteúdos serão aplicáveis por toda a vida escolar, mas o aluno precisa saber, ao menos, de como e quando aplicá-los, caso se faça necessário. Aprender os conteúdos escolares seria muito mais fácil se o aluno entendesse a função social dos mesmos. Muitas vezes fica difícil perceber qual é a função social da escola, quanto menos a dos conteúdos.
Outro aspecto que deve ser levado em consideração é a diferença entre formação e informação. A escola, muitas vezes preocupada em transmitir informações aos alunos, deixa de lado a tarefa de formação, que é mais importante. Esta, envolve num primeiro momento, a transmissão de tais informações, mas, além disso, capacita o aluno a posicionar-se frente às mesmas, a questionar, refletir, duvidar, buscar, entre outras ações importantes, a partir das informações adquiridas.

Motivação: motivo para se praticar a ação. Acredito que seja um sentimento, que seja “criado” no interior de cada indivíduo. Cabe ao professor instigar os alunos, desafiar, promover situações que despertem a curiosidade sobre os assuntos que serão tratados. A afetividade entre aluno e professor muitas vezes por si só já representa a motivação para o aprendizado. Quando somos “conquistados” por alguém, o admiramos, sentimo-nos motivados a corresponder às suas expectativas, a mostrarmos que somos capazes. Então, a primeira tarefa do professor seria a de conquistar seus alunos, despertar a admiração, não aquela em que se acreditava que o professor era um mito, que possuía todo o conhecimento, mas a admiração verdadeira, o sentimento de afeto, de confiança.

Todo professor deve ter a capacidade de transmitir o conhecimento de forma clara e objetiva. Porém, percebo que muitos professores conhecem o assunto que estão abordando, mas não conseguem passar adiante. Então, nem todos aqueles que detêm o conhecimento têm habilidade em comunicar-se de forma clara e objetiva. Um médico pode exercer a sua função em seu ambiente de trabalho de forma espetacular, porém, como professor em um curso de graduação talvez não obtenha sucesso. Um único erro em uma cirurgia ou ao diagnosticar de forma incorreta uma doença seria imperdoável, motivo de perda de seu registro profissional, porém, seus erros em sua atuação como professor serão bem mais aceitos e tolerados. Seria o prejuízo físico causado ao paciente mais grave que o prejuízo cultural e intelectual?

Os erros podem ser fonte de aprendizado. Porém, como a escola vê o erro cometido pelo aluno? Esta reflexão nos faz perceber que a escola contenta-se em apresentar os conteúdos e checar se os alunos aprenderam, com provas e trabalhos. A nota mostrará se o aluno aprendeu ou não. Os erros, neste caso, mostrarão o quanto aluno na sabe.
A escola deveria enxergar no erro o que o aluno já sabe, e quais habilidades ainda precisam ser desenvolvidas. Ao realizar uma operação matemática de forma incorreta, o professor deve analisar qual foi o raciocínio utilizado pelo aluno, e a partir daí propor atividades para desenvolver as habilidades que lhe faltam.
Ao aceitar os erros como aquilo que o aluno não sabe, a escola perde grandes oportunidades de mostrar ao aluno que a partir dos mesmos podemos aprender, e que os erros fazem parte da vida de todos os seres humanos, até mesmo dos “infalíveis” professores.

A Educação pode começar a melhorar se houver pré-disposição dos envolvidos em aceitar que muitas coisas precisam mudar.