domingo, 25 de novembro de 2007

Amigos

Ontem saí com amigos. Nossa! Como esses momentos são bons e nos fortalecem. Rimos muito, conversamos, ouvimos uma banda horrível tocar, mas nem issoa estragou nossa alegria.
Tenho medo de perder meus amigos. Mas, pensando bem, o que faço para conservá-los? Não sou uma pessoa muito presente. Detesto telefone, por isso não ligo nunca, me correspondo com alguns deles pela maravilha da tecnologia oferecida pelo computador e seus aplicativos. Mas sinto que poderia fazer mais... Quando percebo, já se passou um tempão e eu não falo com eles. Isso acontece com todos que amo, mas não representa o tamanho deste amor. O que compensa isso é quando estamos juntos, essa distância parece que nunca existiu. Isso prova a veracidade da amizade. sinto que estamos juntos mesmo distante, em pensamento, em lembranças. Seria isso uma loucura? Uma ilusão! Acredito que não! Acredito que o amor pode continuar existindo mesmo quando existe uma distância física. É claro que ele precisa ser alimentado...
Aos meus amigos: amo vocês!!!

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Dependência

Estou com uma perna engessada. É estranho como atividades que fazemos normalmente passam a apresentar um grau de dificuldade imenso quando estamos nesta situação. Para descer um simples degrau é um verdadeiro tormento!!! Andar num pequeno espaço leva um tempo enorme... Então, percebo como cada um de nossos movimentos são importantes. Por mais simples, por mais que, na maioria do tempo pareça inútil ou menos importante.
Outra coisa que me desagrada nesta situação é depender das pessoas em muitas situações. Sei que isto que estou dizendo, para algumas pessoas pode parecer um absurdo, mas é assim que eu sinto. Não gosto de depender das pessoas, gosto de ser independente, autônoma, e elas percebem isso... não sei como, mas sei que percebem. Me incomoda demais ter que pedir para que carreguem minha bolsa, me ajudem a descer um degrau ou qualquer outra coisa. Eu sei... parece absurdo... imagino a cara das pessoas lendo isso, mas... Para algumas pessoas é tão natural, pedir, solicitar, depender, chegam até a abusar. Não me incomodo em ajudar, estou sendo o mais sincera que posso. Não me incomodo nenhum pouco em ajudar em qualquer situação. Até gosto muito! Me realizo ajudando pessoas. Mas pedir, não! será que preciso mudar nesse aspecto? Sinceramente, não sei! Às vezes isso me incomoda, às vezes não. Sei lá...
É por isso que comecei essa postagem no dia 22 e agora, no dia 25, já tirei o gesso por conta própria. Sei que essa atitude vai fazer com que meu pé demore um pouco mais para melhorar, vou ter de tomar certos cuidados, mas sinto-me mais livre. É o preço que estou pagando... aceito! Sei que muitas pessoas ficariam com o gesso até mais tempo que o recomendado pelo médico, para depender mais ainda das pessoas, ser bajulado. problema de cada um! Eu não gosto!

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Loucura

Assisti a um filme neste final de semana. Um homem encontra uma criança de 8 anos, que era ele mesmo. aí, comecei a pensar em como seria se isso acontecesse comigo.
Eu me lembraria de momentos da minha infância. Momentos bons e outros nem tanto. Me lembraria dos passeios com minhas irmãs e meu pai. Ele sempre nos levava a lugares legais, queria que conhecessemos muitas coisas. Não eram lugares caros nem luxuosos, mas sim lugares nos quais podíamos nos divertir e aprender ao mesmo tempo. Acho que hoje em dia não levo tanto meu filho para passear como meu pai nos levava. Também não sei se eram tantos passeios assim, acho que não... mas aqueles que eu lembro foram bastante significativos.
Lembraria dos momentos em que fiquei internada devido a uma pneumonia que insistia em me acompanhar. Talvez teria uma visão real deste fato, pois tudo que lembro é através de relatos da minha mãe e outras pessoas (não confio muito nestes relatos). Tenho apenas alguns flashs, que passam pelos meus pensamentos e não dizem muitas coisas.
Recordaria também do primário, no colégio São José. Lembro do dia em que fui fazer uma provinha para entrar na 1ª série, lembro do primeiro dia de aula, lembro do dia em que a pessoa que ia me buscar atrasou, e eu chorei muito (aliás, acho que eu chorava demais). Lembraria com mais detalhes do armário de uma das minhas professoras, no qual ela disponibilizava materiais para os "esquecidinhos". Achava isso o máximo e usei durante todo o tempo que dei aulas. Se meus alunos lembrarem somente disso, já é algumas coisa!!!
Lembraria das coisas que fazia ao acordar tão cedo nos finais de semana! Não sei porque eu fazia isso. Hoje uma das coisas que mais amo fazer é dormir. Sei que acordava cedo e ainda não tinha começado a programação das emissoras de TV. Ficava inventando coisas para comer. mas me sentia sozinha... minhas irmãs acordavam muito tarde!
Lembraria também das brincadeiras de rua. Como me divertia! Passava o dia todo na rua. Ia para casa apenas para comer.
No filme, o menino voltou para consertar algo de errado que o tornou um adulto frustrado. No meu caso, acho que isso não seria necessário. É claro que consertaria algumas coisinhas, mas não há nada, pelo menos que eu tenha consciência, que tenha feito de tão grave! Não me tornei um adulto frustrado, nem tampouco infeliz. tenho, como todo mundo, momentos felizes e outros nem tanto. Mas me considero, no balanço, uma pessoa feliz. Acho que minha infância contribuiu para isso.
Teria muitos outros momentos para recordar: os coelhinhos de páscoa que minha avó fazia, as pegadinhas de farinha no chão, os biscoitinhos que fazíamos juntas e assávamos (com formato de bonequinhos) e depois dávamos muitas risadas comendo-os, as visitas que fazíamos no natal (minha irmã mais velha chamava de via sacra) - algumas casas eu adorava visitar, outras, nem tanto!-, as viagens para a praia, na casa de meus padrinhos, as visitas ao padrinho da minha irmã mais nova, era muito bom ir até lá, brincávamos bastante, as brincadeiras em Mogi, na casa de meus tios... eram muitos momentos bons.
Depois, as coisas foram mudando... mudando... hoje está tudo muito diferente. A minha avó (dos biscointinhos) já faleceu, meu tio de Mogi também... Minha irmã mais velha mora em Santos, ela já morou em muitas cidades diferentes, desde que foi para a faculdade. Minha tia mora em outra cidade, meus primos, com quem brincava muito, agora têm suas vidas próprias... Enfim, tudo está diferente. Nossa, parece que sou uma pessoa solitária, não? Mas não sou não! Tenho amigos e familiares que amo muito, apenas não gosto muito de estar em contato com eles a todo momento. Não sei porque, mas gosto de ficar em casa... Ás vezes sinto que não tenho assuntos para conversar com estas pessoas, às vezes me irrito com facilidade. Muitas vezes, quando estou com eles, me desligo, fico em outro mundo... os assuntos não me interessam. Meu marido, não! Este adora conversar, ou melhor, falar... falar... falar... nada que se aproveite muito, só faz as pessoas darem risadas e elas adoram isso! Eu também, mas só às vezes. Por isso, prefiro muitas vezes ficar em casa, e encontrar essas pessoas apenas em momentos especiais.
Então, seria algum trauma da infância??? Passei muito tempo com pessoas que hoje não gosto muito??? Não... acho que não... apenas acho que sou um pouco exigente, e não é a todo momento que gosto de jogar conversa fora, de falar... falar... falar... sem conteúdo. mas também não gosto de falar de coisas sérias com qualquer pessoa. Acho que muitas delas banalizam nossos pensamentos.
Então, se eu me visitasse com 8 anos, talvez pudesse perceber que aproveitei bastante os momentos da minha infãncia e adolescência, e hoje, me tornei uma pessoa diferente... mas gosto dela. Diria então para esta criança: "Fique tranqüila, porque tudo vai dar certo!!!"

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Família...

Neste final de semana fui ao Brás. Lá, vi uma cena que me chocou. Uma mãe, com um bebê de colo (bem pequeno) vendendo balas, no meio daquela multidão. Na hora, apenas olhei espantada, acho que qualquer pessoa que olhasse para mim perceberia meu espanto pela minha fisionomia. A mãe tentava passar pelas pessoas, e o bebê a agarrava pelo cabelo, se debatia... parecia muito irritado. Foi então que, sem refletir nenhum pouco pensei: "Que louca, será que ela não enxerga o que está fazendo???"
Cheguei em casa e fui descansar. Comecei a lembrar daquela cena, ela não saía da minha cabeça. A princípio, julgava aquela mulher como se estivesse acima do bem e do mal, sem pensar nos motivos que a levaram a fazer aquilo. Depois, comecei a refletir melhor, a culpa foi tomando conta de mim... culpa por julgar aquela pessoa que eu nem conhecia, não sabia da sua história nem ao menos de suas necessidades. Eu digo sempre que meu filho é a minha prioridade, que ele tem que estar sempre em primeiro lugar. Trabalho o dia todo, chego em casa cansada e penso que, no final de semana vou me dedicar inteiramente a ele. Na minha cabeça, é uma receita de sucesso. Era... até me deparar com a cena do Brás. Prioridades dependem das necessidades. Acredito que aquela mulher não escolheu estar ali com aquela criança. se pudesse, talvez a colocasse em uma creche, trabalharia e, no final do dia, iria com ela para casa, cansada mas feliz. Se pudesse...
E eu? Se pudesse, trabalharia apenas na parte da manhã, ficaria a tarde toda com meu filho, auxiliaria nos estudos, prepararia suas refeições, brincaríamos... Se pudesse!
A vontade e a necessidade são coisas opostas e distintas. E, para uma pessoa com o mínimo de senso de responsabilidade, a necessidade fala mais alto. É assim, tem que ser assim.
Outro aspecto que pensei após esse acontecimento é o fato de meu filho ter um exemplo de uma mãe que trabalha, que tem responsabilidades, deveres... Sei que gostaria de passar mais tempo com ele, mas por outro lado, ele está crescendo em uma família que luta para conseguir as coisas, que dedica-se ao trabalho de forma digna, que lhe mostra o valor das coisas. Acho que isso é o mais importante. Acho...
Uma pessoa muito importante me fez ver outro lado dessa história: o fato de que muitas pessoas usam as crianças para sensibilizar, para manipular...
Isso é verdade.Essa mulher poderia estar usando esse bebê para sensibilizar as pessoas. Mas vai além disso. Há casais que usam seus filhos para manipular um ao outro. Já vi muitos casos assim, vejo muito isso no Colégio. O casal está em guerra e os filhos são usados como armas.
Crianças... que não pediram para estar naquela situação, que não escolheram. É muito fácil acreditar que estes irão se tornar tão manipuladores quanto seus mestres. E assim, essas "aprendizagens" vão passando de geração a geração.
Como acreditar em melhorias em um mundo destes, com pessoas como estas??? Pessimismo? Não! Conformismo? Não mesmo!
Trabalho pela educação, para tentar amenizar estes estragos. Acredito que através dela algumas coisas podem se acertar. É difícil, às vezes parece impossível. Mas sei que em meu trabalho já consegui auxiliar algumas poucas famílias. Sei que é pouco, mas é um grãozinho de areia (o deserto começou por algum grãozinho, não???).
Quanto à mãe e seu filho, quem sabe??? ainda há esperança. quem sabe alguém mais ousado que eu não a segure pelo braço, chame a sua atenção para os riscos que oferece à criança??? Ou então a verdadeira mãe se conscientize e deixe de alugar seu filho para este tipo de trabalho. Só espero, sinceramente, que a sorte dessa criança seja melhor que a amostra que pude ver.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Feriado...

Feriado... vou ficar 6 dias em casa. É hora de colocar as coisas em ordem: armários, gavetas... pensamentos!
Estes sim estão precisando de uma organização com urgência! Estão bagunçados, desorientados... Muitas coisas passam por eles, fica difícil tomar uma decisão. Mas, como??? Há tantas incógnitas, muitas coisas não dependem exclusivamente de minhas vontades. Ah... se dependessem apenas de mim, tudo seria tão mais fácil!!!! Tenho tantos sonhos, tantas vontades... mas tenho deveres e obrigações também, que limitam minhas decisões.
Um dia, quem sabe, conquistarei a liberdade, para fazer somente aquilo que gosto... que amo.
Por enquanto, fico aqui, tentando encontrar uma solução para minhas angústias.
(...)